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Do Senegal a Cuba, cantores cabo-verdianos que não nasceram em Cabo Verde


De Dakar a Havana em Cuba, artistas cabo-verdianos que conquistaram o mundo cantando em crioulo mas que não nasceram em Cabo Verde.

Referência mundialmente pelas suas sonoridades musicais, como por exemplo a morna, um gênero musical e de dança, proclamado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO a 11 de dezembro de 2019, imortalizada na voz da diva dos pés descalços, Cesária Évora, a morna reflete a realidade insular do povo de Cabo Verde, o romantismo intoxicante dos seus trovadores e o amor à terra “ter de partir e querer ficar”. E é justamente, neste calcanhar de Aquiles, de “ter que ir”, que trazemos uma lista de vozes sonantes da música cabo-verdiana, que nasceram na imigração, porém, cantam e respiram o crioulo dos pais.

Confira a lista.

Ceuzany Gonçalves Pires

Com o pai da ilha do Fogo e a mãe de São Vicente, Ceuzany nasceu no Senegal, mas foi na cidade de Mindelo que viveu desde os 2 anos de idade. Sua trajetória artística começou aos 12 anos, quando participou do Festival dos Pequenos Cantores, organizado pela Fundação Infância Feliz em 2002.

Mayra Andrade

Nasceu em 1985, em Cuba. Vivendo uma infância com constantes migrações por força da atividade diplomática do pai, fixou-se em Paris a partir de 2003. Despontou para a carreira artística quando, com apenas 16 anos, ganhou a medalha de ouro dos Jogos da Francofonia de 2001, no Canadá, interpretando uma canção do seu país, em crioulo.

Dino D'Santiago

É o nome artístico adotado pelo algarvio Claudino Pereira, nascido em Quarteira, no início da década de 80. Filho de pais cabo-verdianos, naturais da ilha de Santiago, cresceu no Bairro dos Pescadores, um antigo bairro de lata de Quarteira, para o qual os pais tinham ido morar ao chegarem a Portugal.

Maria de Lurdes Assunção Pina

Que veio a adotar o nome artístico de Lura – nasceu a 31 de julho de 1975, na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Filha de pais cabo-verdianos, a mãe nascida em Santo Antão e o pai em Santiago, Lura foi a primeira de quatro irmãos e acabou por ser a única artista da família, uma alma impregnada de duas culturas bem presentes na sua vida, nas suas melodias e no seu percurso artístico: a portuguesa e a cabo-verdiana.

Elji Beatzkilla

Rapper, cantor, produtor e compositor franco-cabo-verdiano,filho de pais cabo-verdianos das ilhas da Boa Vista e do Sal, nascido e criado em Nice, onde iniciou a sua carreira musical como dançarino de hip-hop antes de descobrir a sua voz, só aos 13 anos regressou às ilhas de Cabo Verde, Elji se apresenta em diversos estilos musicais que vão desde hip-hop, r&b, zouk, kizomba e funaná.

June Freedom

Nasceu em Boston, cresceu em Cabo Verde e, aos 15 anos, voltou para os Estados Unidos. Viveu em Nova Iorque uns anos, e é em Los Angeles que hoje faz vida, mas Cabo Verde continua a ser um destino frequente. O músico, que durante anos produziu e escreveu para outros, já vai no seu segundo disco sendo o primeiro , “Anchor Baby,”um casamento entre a música tradicional cabo-verdiana e as vibes dos Estados Unidos”.

Soraia Ramos

Descendente de uma família cabo-verdiana, nasceu em Portugal onde residiu até aos 15 anos. Com a sua família partiu rumo a França e mais tarde para a Suíça, onde permaneceu durante alguns anos. A sua ligação à música começa desde muito pequena e, foi com os seus entes mais próximos que começou a partilhar essa paixão. Com o apoio da sua família, Soraia altera o caminho que pensava estar a traçar e inscreve-se em 2009 no concurso “Vozes da Diaspora”.

Lisandro Cuxi

Nasceu em Portugal, é filho de cabo-verdianos e vive em França com os pais desde os dez anos. O jovem, dono de uma voz estonteante, começou a dar os seus primeiro passos com a irmã Soraia Ramos (que podemos ouvir em “Somos Campeões” de NGA ou “Recuar” de Ravidson), em covers de músicas bastante populares como “Climax”, de Usher, ou “One Dance”, de Drake.

Nenny

Marlene Tavares, é descendente de cabo-verdianos mas nasceu e cresceu em Vialonga, uma freguesia portuguesa do município de Vila Franca de Xira, contou à Inforpress que com a sua descoberta, de querer cantar, de querer ser uma artista, teve de superar a vergonha de cantar em público quando, depois de lançar vários covers, em 2018, um grupo de rappers em Portugal, o Wet Bed Gang, lhe deu a oportunidade de ter uma carreira no mundo da música.

Julinho KSD

Nasceu em Portugal, filho de pais cabo-verdianos. Cresceu no bairro do Casal de São José, em Mem Martins, concelho de Sintra.

O artista começou a editar a música em 2017, quando editou o single "Básico" sob a alçada dos Instinto 26, um colectivo de produção musical a que se juntou neste ano. Na altura, ainda era jogador de futebol no Sintrense. Na época 2018/2019, lesionou-se com gravidade (fez uma rotura de ligamentos), o que o levou a desistir de prosseguir esse caminho profissional, trocando-o pela música.

Além destes, temos nomes como: Nancy Vieira, René Cabral, Manú Lima, Boy G Mendes, Maria de Barros, Jaqueline Fortes, Jorge Neto, Nelson Freitas, William Araujo Johnny Ramos, Nilton Ramalho, Maresia, Nish Wadada, Hilario Silva e muitos outros que nasceram na nossa infinita diáspora cabo-verdiana.

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