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De ex-presidiários a um dos principais nomes do rap crioulo hoje


História de superação e esperança: Jovens que souberam aproveitar a segunda chance da vida e hoje através da arte estão reescrevendo suas histórias. PCC, Boy Game, Bodon e Dibaz Mob, 4 nomes de rap crioulo que deverias ouvir e conhecer.

Nos últimos anos tem surgido, a partir dos bairros periféricos da Praia, jovens que se auto-intitulam rappers e enchem as redes sociais com as suas músicas e recebem do público uma dupla reação: críticas e aplausos. Nos últimos meses muitos deles têm estado no centro das atenções, o que tem rendido bons frutos para os mesmos, prova disso é a tão e merecido espaço conquistado pelo trio de rappers PCC, Boy Game e Bodon na 28ª edição do Festival da Gamboa, palco esse que há muito é almejado por muitos deles.


De alguns anos para hoje, o hip hop cresceu estrondosamente em Cabo Verde. Passou da ausência habitual nos cartazes de festivais ou festas populares e académicas para uma presença obrigatória em quase todos os eventos, dos mais mainstream aos vincadamente alternativos. As rádios em geral deixaram-se contagiar pelas rimas e batidas. Os números em plataformas como o YouTube e o Spotify não enganam.

Se o hip hop tem uma longa história de marginalização, tanto nos EUA como nos outros países para o qual se expandiu, como Cabo Verde, isso poderá ser ainda mais verdade, no caso nacional, para o rap crioulo em específico.

Os rappers cabo-verdianos têm vivido nos últimos tempos entre extremos de aceitação e repúdio, mas hoje a história é outra, graças à determinação e luta, os rappers, hoje puderam reescrever as suas histórias e ajudar a mudar a vida dos seus.

Mas, o que PCC, Boy Game, Bodon e Dibaz têm em comum??

Bom, o que muito dos fãs provavelmente já sabem, é que ambos são ex-reclusos. Mas além disso ambos têm usado da dura experiência adquirido nos tempos de reclusão para passar para os seus milhares de ouvintes os momentos de contato consciente com a música “rap’’, de uma forma magistral, ambos têm narrado a realidade latente da periferia onde a cultura Hip Hop vem sempre mostrando uma nova saída, conscientização pela arte de expressão de rua.

A atual rotina frenética de curtição e ostentação de carros, grifes e acessórios de luxo é o contraponto radical de uma infância e adolescência de escassez profunda, que também é a realidade de milhares de jovens que hoje os têm como inspiração.

PCC, Boy Game, Bodon e Dibaz Mob são daqueles casos que deveriam ser tornados documentários, para servir de exemplo aos milhares de jovens que encontram-se em momentos difíceis impostas pela vida e acha que não tem um recomeço, eles são prova viva que o recomeço parte de nós, somente nós podemos reescrever as nossas histórias.

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