GRACELINO BARBOSA JUNTA MAIS UM OURO AO SEU PALMARÉS.
Gracelino Barbosa, que se sagrou campeão mundial nos 400 metros barreiras, viajou sozinho para a Polónia sem o apoio de Cabo Verde e as imagens do atleta carregando a bandeira nacional sozinho sem uma comitiva geraram polémica nas redes sociais.
Foi esta quarta-feira, no campeonato do mundo de atletismo Virtus que decorreu em Bydgoszcz-Toruń, na Polónia.
Gracelino Barbosa sagrou-se campeão mundial nos 400 metros barreiras, consolidando o seu nome como um dos maiores atletas do mundo nessa categoria do desporto adaptado. No ano passado, igualmente na Polónia, o nativo de Tarrafal de Santiago também fez história ao conquistar três medalhas para Cabo Verde (duas de ouro e uma de prata).
Organizado pela Virtus — antes conhecida como Federação Internacional Desportiva de Pessoas com Deficiência Intelectual — o mundial da Polónia que vai decorrer até o dia 14 de junho é a derradeira chance para atletas se qualificarem para os Jogos Paraolímpicos Tóquio 2020 adiados para agosto/setembro de 2021.
VIAGEM SOLITÁRIA
Gracelino viajou sozinho para a Polónia sem apoios de Cabo Verde e de acordo com um comentário no Facebook isso deve-se às (entraves) protocolares na comunicação com o Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).
Com o “histórico” das mensagens e tentativas de chamada como prova, Gracelino diz que há mais de dois meses que estava tentando entrar em contacto com a IDJ, mas sem sucesso.
“Depois de expor o que realmente tem passado, aparece o IDJ em menos de 24 horas com a mesma ladainha, com leis e artigos para explicar exatamente o que? Que o atleta não pode contactar o IDJ porque existem protocolos? “
Gracelino apelida de “barbaridade” o tratamento que vem recebendo do Instituto do Desporto e Juventude, tanto mais que não é a primeira vez que viaja sozinho em representação de Cabo Verde. O atleta esteve parado 16 meses devido à pandemia e durante esse tempo ele diz que teve que se “desenrascar”, procurando novas formas de “driblar a vida” na procura de meios para sobreviver. E é por isso mesmo — pelas dificuldades superadas — que essa medalha de ouro tem para Gracelino sabor especial e brilho diferente.
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