Acidente de construção deixa um morto e vários feridos na Cidadela

Imagem A NAÇÃO

Um acidente de trabalho na construção civil na Escola Portuguesa, cidade da Praia, provocou um morto e vários feridos com o desabamento de cofragem, no momento do betão. "Txibita", jovem de Vila Nova que perdeu a vida, estava no seu primeiro dia de trabalho.

Um jovem na casa dos 30 anos, perdeu a vida na manhã desta sexta-feira,22, num acidente de trabalho de construção civil, na cidade da Praia.
O acidente na obra de ampliação da Escola Portuguesa, entre Cidadela e Palmarejo Grande, aconteceu por volta das 11h30, quando, depois da cofragem, começaram a colocar o betão.

Desabamento de cofragem

Testemunhos ouvidos pelo A NAÇÃO, no terreno, relataram que a obra desabou, tendo deixado Txibita soterrado. O mesmo morreu no local.

Os restantes companheiros, uns com ferimentos leves e outros nem por isso, foram socorridos pelos bombeiros e levados ao Hospital Central da Praia.
Entretanto sabe o A NAÇÃO, que o acidente se deu numa obra em curso, do lado das salas dos alunos mais novos.

Nenhum aluno ficou ferido, mas a situação causou, naturalmente, muita confusão na escola, sendo que os alunos foram todos encaminhados para as suas salas e as aulas suspensas.
Os pais foram de pronto avisados que não havia alunos entre os feridos, mas ficaram alarmados com a situação.

A NAÇÃO quando esteve no local não conseguiu chegar à fala com a Direcção da escola.
Autoridades investigam no terreno no local, entrada principal da Escola Portuguesa, esteve a Polícia Nacional, a Polícia Judiciária e agentes da Inspeção Geral do Trabalho para apurar os factos deste trágico acontecimento.

Numa entrevista ao A NAÇÃO, o Inspetor Geral do Trabalho , Anildo Fortes, avançou que ainda é cedo para afirmar o que realmente aconteceu pois a Polícia Judiciária está ainda a recolher informações.

IGT lamenta o sucedido

“Foi um desabamento de uma cofragem. Estavam na betonagem, e caiu no momento em que estavam a colocar o betão. Não sabemos se é o peso do betão ou se foi a própria cofragem que estava mal montada ou com alguma deficiência”, avançou o inspector, que lamentou a perda de mais uma vida num acidente de trabalho na construção civil.
Segundo avançou, a Inspecção Geral do Trabalho tem feito um trabalho de sensibilização, chamando a atenção para questões de segurança no trabalho, principalmente nas obras, lamentando que “infelizmente continuam a acontecer acidentes deste tipo”.

Trabalhadores serão ouvidos amanhã

“Ainda não ouvimos os trabalhadores que estavam cá, mas a partir de amanhã começaremos a ouvi-los para chegar a uma conclusão do que aconteceu”, afirma, referindo que a IGT realiza inspeções, periodicamente.

Sobre esta obra em específico, avança Anildo Fortes que não tinham conhecimento.
“Muitas vezes apontam o dedo à IGT mas nós não tínhamos conhecimento desta obra. Nós, para fiscalizarmos temos que saber onde é que estão as obras. As obras são licenciadas mas a IGT não é comunicada do licenciamento”, explica.

Inspecção, um trabalho conjunto das entidades

Assim, avança que a devida inspecção deve ser um trabalho conjunto das empresas de construção civil, dos próprios trabalhadores e das ordens profissionais do sector.
A sua recomendação, sobretudo para os trabalhadores, é que “quando não há condições de segurança no local de trabalho, não devem trabalhar” e que devem exigir seguro de acidentes, mesmo que venham para trabalhar um dia só.

Maior parte dos acidentes é na construção civil

A IGT afirma que têm acontecido outros acidentes de trabalho, sendo que a grande maioria é no sector da construção civil “Só quando acontecem acidentes é que as pessoas se lembram que existe a fiscalização(...) estamos sempre a bater na mesma tecla da segurança no sector. (...). Os acidentes envolvem sempre quedas ou desabamentos de tetos, cofragens mal montadas, andaimes mal montados, como esta cofragem que vemos aqui, são montes de pequenos pedaços de madeira. É uma situação complicada”, finaliza.
RM/ TR


Por: A NAÇÃO